Avião dá uma dor de cabeça!
Trabalho israelense revela que cerca de 100 milhões de pessoas sofrem anualmente de cefaléia durante viagens aéreas
CILENE PEREIRA
Cientistas israelenses estão descobrindo que a frase “viajar de avião é uma dor de cabeça” é mesmo uma grande verdade. E isso não só por causa dos transtornos provocados pelos freqüentes atrasos em vôos e confusões nos aeroportos do mundo todo, mas porque eles constataram que as viagens aéreas estão entre os principais fatores desencadeantes de dor de cabeça conhecidos. Em uma pesquisa publicada na última edição da revista Cephalalgia, um grupo de pesquisadores do Bnai Zion Medical Center, em Haifa, sustenta que cerca de 100 milhões de pessoas no planeta sofrem anualmente de cefaléia (o nome médico para dor de cabeça) provocada durante os vôos. “É muita gente padecendo deste problema. Além do impacto na vida pessoal, esses indivíduos provavelmente apresentam prejuízos na esfera profi ssional”, afi rmou à ISTOÉ Israel Potasman, coordenador do trabalho. O médico se refere às limitações sentidas pelos viajantes atingidos pelas crises e que são obrigados a enfrentar uma reunião ou apresentação logo após a viagem. Em geral, nessas circunstâncias a queda de rendimento é notável.
Para chegar a esse número, os cientistas fi zeram um levantamento com 906 homens e mulheres que haviam viajado mais de uma vez de avião. Neste grupo, 5,7% disseram sofrer freqüentemente de dor de cabeça associada aos vôos. “Considerando que dois bilhões de pessoas viajam de avião por ano no mundo, concluímos que pelo menos 100 milhões manifestem as crises”, explicou Potasman. Cerca de 60% dos que contaram apresentar dor eram mulheres. Além disso, quase 20% revelaram sofrer com o problema toda vez que voavam. Outros 15% falaram que a dor tinha sua maior intensidade durante as decolagens.
O israelense pretende continuar suas investigações para identifi - car os principais motivos que levam ao desencadeamento das crises. Até agora, ele considera alguns fatores. O primeiro são as mudanças na pressão atmosférica. Na lista entram também a ansiedade, ruídos como os causados pela turbina e pelo motor, cheiros que tendem a se acentuar dentro da aeronave e também a qualidade do ar na cabine. Segundo o médico, a confi rmação desses “gatilhos” poderá levar a métodos de prevenção do problema. “Mas por enquanto minha sugestão é a de que, em alguns casos, o viajante consulte seu médico e tome um medicamento preventivo antes de ir para o aeroporto”, disse Potasman à ISTOÉ.
Fonte : Istoé
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