segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Depressão: uma nova doença ocupacional?

Depressão já é encarada como doença do trabalho

Tristeza, desânimo, agitação e ansiedade demonstrados em excesso. Se no seu ambiente de trabalho você tem colegas que se enquadram diariamente nesses comportamentos, é recomendado acender a luz de alerta. Eles podem estar sendo vítimas de depressão, uma doença que a partir de 2020 será tão comum quanto ter dores nas costas. O mal, que já é encarado como doença do trabalho e de saúde pública, deve ser tratado rapidamente sob risco de se agravar, com chances irreversíveis de cura.

A doença atinge, principalmente, profissionais que realizam na rotina do dia-a-dia serviços extremamente operacionais e mecânicos. Para o médico psiquiatra Demétrio Romão Torres, o ambiente de trabalho pode se constituir numa das causas da depressão.

"Hoje temos o estresse ocupacional. E o trabalho pode ser um fator desencadeante da depressão. Seus sintomas podem ser a insegurança, o isolamento social e familiar, a apatia, a desmotivação, enfim, perda de interesses por coisas que a pessoa gostava de fazer com prazer no passado", explica.

O quadro também pode ser diagnosticado diante da perda de memória e da concentração, além de insônia e perda do apetite. "Hoje temos no País, de uma maneira geral, uma política salarial desistimulante. Se perde muita energia no trabalho e não há recompensa, não há valorização. As empresas hoje estão muito mais preocupadas com a produção do que com a humanização do trabalho", avalia.

Essa situação acaba por provocar no trabalhador o medo de perder o emprego. "Atualmente, já há empresas nos Estados Unidos que oferecem técnicas de relaxamento a seus funcionários durante o horário do expediente. Mas no Brasil, a situação é mais difícil", conta Torres.

O médico diz que a depressão é "extremamente democrática" e não escolhe pessoas para vitimá-las, porém, ele ressalta que há profissões que são mais suscetíveis ao mal.

"Ela vitima todas as raças, idades e profissões. Mas os profissionais mais vitimados são aqueles que trabalham direto com o contato humano. São médicos, enfermeiros, profissionais que trabalham com segurança pública como policiais militares e civis, agentes de segurança em penitenciárias, além de bancários, professores, entre outros", aponta.

O psiquiatra salienta que os comandos dos serviços públicos ainda não valorizam a depressão e também a ansiedade como doença incapacitante para o exercício do trabalho cotidiano.

"Apesar de ser a quarta ou quinta doença que mais afasta do trabalho, há um certo preconceito. A Organização Mundial de Saúde, a OMS, afirma que até 2020 a depressão e a aids serão as doenças mais incapacitantes para a vida".

Ele explica que a ansiedade, outra doença dos chamados "tempos modernos", também pode caminhar em associação com a depressão. "Em quase 70% dos casos de depressão a ansiedade está presente. Depressão é um transtorno da afetividade. A ansiedade é um transtorno que tem como característica principal a preocupação excessiva. São sintomas diferentes", observa.

O tratamento para a depressão é feito com medicamentos antidepressivos e psicoterapia, considerados eficazes pela medicina moderna. "A depressão é uma doença considerada crônica. A exceção fica para os episódios depressivos, geralmente passageiros. O ideal é que o diagnóstico seja precoce", acrescenta.

Fonte: Relatório RH

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Quem sou eu

Joinville, Santa Catarina, Brazil
Por Ricardo Toscano, Cirurgião-Dentista graduado pela Unifal, especialista em odontologia do trabalho pela UFSC, mestre em odontologia area de concentraçao em implantodontia cirurgica/protetica pelo Instituto latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontologico,reabilitador oral clinico. Responsável técnico pelo Instituto Odontologico Toscano. Notícias,ferramentas e artigos na área de Reabilitação Oral com ênfase na interdisciplinaridade e multidisciplinaridade.