quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

ODONTOLOGIA DO TRABALHO

ODONTOLOGIA DO TRABALHO


A Odontologia tem se preocupado com pesquisas e normalizações, de forma dispersa e insuficiente; embora o interesse odontológico nessa área não seja pequeno, abrangendo certas doenças profissionais.

É importante não só fazer o levantamento dos problemas bucais que podem afetar diretamente os trabalhadores, analisando concretamente a epidemiologia e patologia desses problemas, como também estudar o impacto que possam ocasionar em suas qualidades de vida, trazendo à tona novos elementos de análise da causalidade das doenças e dos porquês da sua maior ocorrência e manutenção em determinados segmentos da sociedade.

É necessário, também, considerar ainda o desconhecimento da problemática da saúde bucal por parte dos trabalhadores, falta de interesse e conhecimentos dos profissionais de saúde no que se refere ao estudo e interpretação correta dos problemas de saúde bucal que afetam aos trabalhadores, além da necessidade de uma política de saúde do trabalhador firme e eficaz.

Este artigo que trata sobre o panorama da Odontologia no Brasil, principalmente no âmbito da Odontologia do Trabalho, é parte integrante de uma monografia realizada pela Alpha Monografia de Odontologia.

Atualmente, a prática relacionada à saúde bucal do trabalhador está inserida apenas a exames admissionais,, processados por odontologia de grupos ou empresariais, que vendem certo trabalho por preço anteriormente estipulado de acordo com determinados padrões encomendados pelos empregadores.

Devemos levar em conta também que na última década, o Brasil conseguiu uma expressiva redução nos níveis de cárie dentária na população infantil, cerca de 54 % na faixa etária de 12 anos, segundo levantamento epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde em escolares no ano de 1996. Essa conquista frente ao principal problema de saúde bucal resulta de uma combinação de fatores como a ampliação da fluoretação da água de abastecimento público (quase metade da população recebe água fluoretada), a inclusão de flúor na maioria dos dentifrícios comercializados no país, e a descentralização do sistema de saúde, com os estados e municípios assumindo papel central na definição dos programas, com participação comunitária, intensificando as ações preventivas e educativas com ênfase para o auto cuidado e o uso “inteligente” do açúcar.

Durante muitas décadas, a atenção à saúde bucal caracterizou-se por prestar assistência aos escolares através dos programas voltados para a cárie e a doença periodontal, enquanto que os outros grupos populacionais acessavam os serviços para o atendimento a situações de urgência odontológicas. Tal modelo sempre foi muito criticado, em virtude de sua cobertura exígua e por centrar-se em ações curativas.

Cabe ressaltar que apesar do país contar com cerca de 160.000 cirurgiões dentistas, existe uma má distribuição destes pelo território nacional em detrimento de elevados índices de doenças bucais, constituindo a universalização dos cuidados odontológicos.

Neste sentido, deve-se considerar o importante papel do Programa de Saúde da Família do Ministério da Saúde, o qual é uma estratégia para a reorganização da Atenção Básica que busca a vigilância à saúde por meio de um conjunto de ações individuais e coletivas, situadas no primeiro nível de atenção, voltadas para a promoção, prevenção e tratamento dos agravos à saúde e considerando-se a saúde bucal como um dos componentes da saúde em sua expressão mais ampla – enquanto qualidade de vida – a incorporação de ações de saúde bucal no referido programa adquire maior importância na busca de mecanismos que ampliem o acesso da população a essas ações, e viabilizem a melhoria do quadro epidemiológico no Brasil.

A Odontologia, nas últimas décadas, tornou-se mais eficiente, de melhor qualidade e com técnicas mais sofisticadas, buscando resolver os problemas de saúde bucal. Mas o modelo de atendimento pouco ou nada mudou, baseando-se em práticas cirúrgico-restauradoras de livre demanda, que são em última análise mutiladoras, não modificando em nada a prevalência das doenças da cavidade bucal. As ações preventivas e de promoção de saúde não faziam parte do universo odontológico até o surgimento dos novos conceitos de prevenção enfatizados na Odontologia Integral, fazendo com que a atenção curativa passasse a dividir espaço com a prevenção.

Durante muito tempo, a Odontologia no Brasil percorreu caminhos que beneficiavam uma minoria que podia pagar por serviços de forma direta, ou aqueles que tivessem acesso ao atendimento previdenciário mediante contribuição. Com o objetivo de reverter a tendência da prática curativa, centrada na doença e não na saúde, a saúde bucal coletiva, atuando dentro dos princípios do SUS de universalização (integralidade e eqüidade), busca modificar o modelo de atendimento, alterando assim o perfil epidemiológico da população e resgatando a saúde bucal como cidadania, num país onde, segundo o IBGE, mais de 20 milhões de pessoas nunca foram ao dentista.

A evolução da Odontologia no Brasil, na sua trajetória educacional e profissional vem sendo marcada por profundas transformações.

Atualmente, a profissão avalia que uma mudança no perfil epidemiológico das doenças bucais, só ocorrerá com a inclusão do trabalho em equipe (cirurgião-dentista, atendente de consultório dentário e técnico em higiene dental) e que tenha como princípio a promoção e a manutenção da saúde geral e bucal. Com este enfoque os Serviços de Atenção à Saúde Bucal que vem sendo implementados gradativamente nos diversos estabelecimentos de saúde, em alguns Estado , tanto no setor público como no setor privado, necessitam o desenvolvimento de programas de qualificação profissional, principalmente para aqueles trabalhadores que não tiveram a oportunidade de profissionalização. Todos estes pontos são de importante cobertura em um projeto de pesquisa focado para uma monografia ou um TCC sobre este tema.

Com o crescimento populacional dos Estados , e um dos fatores contribuintes para este aumento do crescimento vegetativo, é o fato de que as pessoas estão vivendo mais, dado ao avanço dos recursos diagnósticos e assistência à saúde, somados às condições sanitárias.

Em 1999, as faixas etárias acima de 60 anos correspondiam a 60%. Este crescimento na expectativa de vida faz com que a demanda por serviços de saúde bucal seja ampliada e os Serviços de Atenção à Saúde Bucal que tradicionalmente atendiam a população na faixa etária de 6 a 12 anos, deparam-se com a necessidade de: ampliar o acesso, aos jovens, adultos e idosos; reorganizar seu processo de trabalho e incrementar o trabalho em equipe (cirurgião-dentista, técnico em Higiene Dental)

Fonte: alexcalef 07-12-2008 GTM -3 @ 10:31

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou eu

Joinville, Santa Catarina, Brazil
Por Ricardo Toscano, Cirurgião-Dentista graduado pela Unifal, especialista em odontologia do trabalho pela UFSC, mestre em odontologia area de concentraçao em implantodontia cirurgica/protetica pelo Instituto latino Americano de Pesquisa e Ensino Odontologico,reabilitador oral clinico. Responsável técnico pelo Instituto Odontologico Toscano. Notícias,ferramentas e artigos na área de Reabilitação Oral com ênfase na interdisciplinaridade e multidisciplinaridade.